sábado, 27 de novembro de 2010

O Que Há?

Os caminhos parecem obscuros, parecem cheios de troncos, de sussurros, de imagens....
Quem somos?... Os sorrisos... O desespero na ira é estampado no rosto dos fracos...
Encomodo-me...
Quem somos?...
Seus olhos penetram no meu ocupando o lugar que 'me pertence', seus olhares 'me ameaça', eu te ameaço e em múltuos sosláios obscureço-me na penumbra dos pensamentos que enradiam-se de meu ser...
Quem somos?...
O coração ira-se e...
As palavras são os reflexos obscuridos que o ser que pertence-me sente...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Confissão De Um Sosláio Ao Retrato... Saudade...

O corpo gelado...
Os pingos escorrem da cabeça... o corpo treme...
-Por que está chorando menino...
Fala a voz suave....
O corpo gelado, a fronte gelada, empapadas de gotas d´água...
a voz trêmula fala...
- Senhora a chuva cai, tudo frio, cinza triste, entristecendo o fogo que acendia-se
nos olhos de quem amo...
Triste o menino fala ao retrato empossado na estante lavrada e esculpida pelo tempo...
D´alma...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lembrando



As flores, tão belas e tão serenas são molhadas pelas gotículas do sereno brando, encharcando as moradias dos assobios dos pequenos pássaros que em pequenas lufadas vagam pelos campos.


As árvores a balouçar com a brisa suave, causa leveza ao ser. Assim como o aroma suave das flores a exalar sua essência pela paisagem subjetivada e pintada pelos sentidos.


O espirito vai trafegando no querer mais profundo da existência, o amar, que só se traduz no sentido único da música e assim, a imagem só traduz-se se houver pertencimento ao espaço.

Pedras e Ohares; Pólis...

Lento, em passos miudos, vão as pernas do homem solitário. O seu assobio ecoa baixinho pelos meandros da paisagem, reverberando em cacofonia nos ambulantes ouvidos.
As vias de pedras marcam o sentido frio e estático do ambiente mórbito, escondendo nas profundesas de seus lugares a vida calada e sofrida a se reproduzir sem findar.
Lento e miudo, o vento vai caminhando pelas vias da floresta imortalizada pelas ruínas resguardadas na paisagem, no tempo das memórias.
Lento, os olhos perscrutam, os sosláios trafegam pelas paisagens a recriar espacilidades já inexistentes no real, percebendo os iguais a vagarem sem prumo pelas estradas calçadas pelas frígias pedras do tempo do ser.
Assim, macambo e quieto, os olhos vagam pelos cantos das ruínas, ainda vivas, a perscrutar a existência de resquícios, mínimos, de vivências que recorrem a sua própria. Acabando por tornar-se solitário, calado no universo do pretérito perfeito do ser.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


SÓ HOJE VOU OUVIR UMA PALAVRA SUA,

SÓ HOJE VOU TE VER,

SÓ HOJE VOU SORRIR,

SÓ HOJE VOU ESTAR COM VOCÊ.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Os Cantos

Soa as odes celetiais...
sinos tocam...
Sou levado pelo som do silêncio...
Ecoam...
Todo o meu ser trafega nas paisagens da imortalidade...
Sons...
em cantos resplandescentes em m'alma...
Paz...
Como em uma gravura mediêva, eu a esperar a
Parusia...
Encontro-me diante dos cantos gregorianos a reproduzir os Salmos...
E prostrado nos jardins celestes sou levado para as profudezas da existência...
paro de existir, e em lufadas temperadas meu corpo torna-se parte do que ouço...
E meu espirito é tragado pela eternidade...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Poéticos...

'Convives com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência...'
Mesmo que nas veias, a pulular, façam as suas artérias galgar
os nervos e os músculos que compõe o vosso 'cadaver', o vosso
Ser...
- Mas recalcitrante persisto em conter-me na atmosfera ...
dos loucos.
E mergulhado na minha própria insanidade;
descrevo lugares que existentem somente em mim.
E nos meandros do meu ser sinto o cravo fatal das palavras
a serem guspidas para o abismo da realidade...